3 portugueses: 3 legados que ninguém apagará


O País perdeu, nas últimas semanas, três dos seus melhores cidadãos. Não porque sejam melhores que todos os outros, mas porque ousaram arriscar, não temeram fazer, escolheram ser.

Zé Pedro, dos Xutos e Pontapés, Belmiro de Azevedo e o jornalista Pedro Rolo Duarte morreram, mas não desapareceu o legado que cada um deles, à sua maneira, e nas suas áreas tão distintas, nos deixaram.

O País perde, ano após ano, a sua nata. Para nós, gerações sucessivas, que nasceram, cresceram e viram as suas vidas marcadas por estórias associadas a outros, é quase como uma ilusão o que a morte nos faz sentir.

Na verdade, por gostarmos tanto deles, e por eles serem companheiros de jornada desde que nos lembramos de ser gente, tudo isso torna a aceitação mais difícil. Não nos entra na cabeça o facto de uma determinada pessoa já não existir entre nós.

Cada um deles, à sua maneira, moldou-me. Zé Pedro, ao leme dos Xutos, será sempre incontornável na história da minha vida.

Belmiro de Azevedo será sempre o homem que inovou o meu país, pelas raízes que criou no século XX e que haverão de perdurar se souberem manter a proa.

E Pedro Rolo Duarte haverá sempre de ser marco incontornável do jornalismo português e da forma como a profissão terá de encarar o futuro se não quiser definhar mais depressa.

Todos eles representam, em geral, a Portugalidade, e deixam o exemplo marcante de que quando se quer, é possível chegar lá. É essa a mensagem comum destas três vidas que serão sempre incontornáveis na história do país.

Que a viagem que acabaram de iniciar seja leve, tranquila e serena. Como todos eles merecem.

*Crónica de 4 de dezembro de 2017, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR

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