Maio de 68: 50 anos de um momento essencial ao Mundo

A primavera de Praga. 

Cumprem-se, em 2018, os 50 anos do maio de 68, o histórico acontecimento do século XX marcado por uma vaga de movimentos revolucionários.

Em 1968 eu ainda não era nascida. Mas olhando para o que o movimento representou para o mundo e as heranças que aquele abençoado ano havia de deixar para as gerações seguintes, apetece-me agradecer a essa geração tudo quanto fez pelas libertações: culturais, sociais, geracionais.

O mais curioso é que os movimentos do maio de 68 não tiveram na sua génese razões de ordem económica, como vimos em tantos momentos da história.

França foi o berço e a inspiração para o mundo inteiro. Da Paris revolucionária saíram gritos em forma de estados de consciência e vindos da geração nascida no pós II Guerra Mundial.

Contestava-se a autoridade e o poder mas não havia, nos movimentos contestatários, qualquer intenção de ocupação de poder.

Repudiavam-se os sistemas vigentes mas sempre sem violência, numa espécie de luta interior que ganhava corpo nas cidades de todo o mundo e de forma coletiva.

Da Europa à América, passando pela Guerra do Vietname ou pela revolução cultural chinesa, o maio de 68 foi, sem dúvida, uma rutura mundial, uma agitação de consciências morais, onde, através da música, das academias, do cinema e, sobretudo, da comunicação social, se agitaram as massas.

E elas abanaram, movidas por um ímpeto de novos ventos de mudança, onde imperava o respeito pelos direitos civis, pelas liberdades culturais, políticas, sexuais e até morais, de todos e cada um.

Olho para a geração de 68 e tenho orgulho e inveja ao mesmo tempo. Orgulho por aquilo que fizeram pelo futuro que ainda hoje resiste e inveja porque adoraria ter vivido uma juventude assim.

É por isso que estes 50 anos do maio de 68 têm e devem ser evocados. E já agora que não os deixemos morrer, falando deles, com afinco, aos mais novos.

1968 será sempre o ano de todas as revoluções, em contra cultura, mas sempre com o melhor que o ser humano tem para dar agregado à sua história.

* Crónica de 12 de fevereiro, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR

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